sexta-feira, 1 de novembro de 2013

01.11.2013 - 15:32

PROTESTO: Grito de Liberdade Bayeux leva centenas de pessoas às ruas para cobrar reabertura do hospital à noite; FOTOS

Foto: Ariofox/ Bayeux em Foco
Foto: Ariofox/ Bayeux em Foco
Num dos maiores protestos já realizados recentemente na cidade de Bayeux, centenas de pessoas entre jovens, estudantes, mulheres, homens, idosos saíram às ruas do município na manhã desta sexta-feira (1º) no "Grito de Liberdade Bayeu" movimento popular que cobra a reabertura do hospital de Bayeux no período da noite e protesta contra o caos e sucateamento da Saúde. O Pronto Atendimento que funcionava no hospital teve seu atendimento cancelado após as 19h prejudicando milhares de pessoas na cidade.

O movimento articulado pelo ativista social e líder da juventude no município, Leo Micena, contou com o engajamento, participação e mobilização do Sindicato dos Trabalhadores de Bayeux, através do seu presidente Antônio Radical, Movimento de Juventude Bayeux em Ação, Associação de Ciclismo de Bayeux, Associação dos Moradores do Jardim Aeroporto e Rio do Meio, Fórum em Defesa do Transporte Alternativo e Movimentos Estudantis e Universitários.

Desde às 9h a população começava a chegar em frente ao hospital e aderir ao movimentou que parou a cidade por quase 3h. Motoristas e populares entenderam a causa e manifestavam apoio e solidariedade aos manifestantes. Quatro carros de som foram utillizados para conseguir ampliar e repercutir os reclames do povo. Mais uma vez o governo municipal colocou de propósito um carro de som em frente à prefeitura para impedir que a população acompanhasse o protesto.

O radialista Nilvan Ferreira da TV Arapuan acompanhou os manifestantes que saíram em caminhada de frente do hospital até a prefeitura. Após a grande repercussão do movimento o prefeito pediu para formar uma comissão que ele iria atender.

Formada a comisssão por Leo Micena, Antônio Radical, Márcio Vinicius, Josivaldo Farias, José Carlos, Joselito Mendonça além de líderes estudantis foi apresentada ao prefeito as reivindicações, sugestões para resolver o problema e que o governo pudesse dar uma resposta imediata para reabrir o Pronto Atendimento à noite.

Expedito ouviu atentamente cada um e a proposta apresentada por Leo para que o Pronto Atendimento pudesse ser transferido para a Policlínica Benjamim Maranhão e depois começou a fazer sua explanação.

A comissão por sua vez ouviu com respeito e democracia as justificativas do prefeito Expedito que narrou como se deu o problema na saúde de Bayeux atribuindo aos ex-gestores Sara Cabral e Jota Júnior responsabilidade pelo sucateamento e o fechamento do hospital São Domingos. 

Visivelmente abalado com a força da pressão popular, o prefeito tentou explicar os motivos que o levaram a fechar o PA após as 19h. Com críticas à promotora de saúde, Ediligia Leite, o prefeito levantou suspeitas diante da ação enérgica pela cobrança de uma saúde qualidade por parte do Ministério Público da Paraíba. 

Titubeando várias vezez, o gestor municipal disse que estava conversando com pessoas ligadas ao dono do hospital São Domingos, o governo do Estado e a Câmara de Vereadores para tentar reabrir o São Domingos, mas admitiu dificuldade. Depois comentou que pretende dialogar sobre uma gestão pactuada para gerir o Pronto Atendimento e o Hospital Materno com uma parceria público-privada, espécie de privatização. Como resposta imediata, Expedito disse que vem estabelecendo parcerias com a UPA de João Pessoa em Manaíra e a de Santa Rita para atender o povo de Bayeux.

Pereira confirmou que já está em fase de licitação a UPA de Bayeux, mas que só deverá ficar pronta após um ano, ou seja, final de 2014. O equipamento será instalado ao lado da prefeitura. A UPA é uma ação do governo federal. 

Quando as coisas iam bem, o prefeito começou a criticar a imprensa e os servidores concursados causando a indignação da comissão. O sindicalista Antônio Radical afirmou que não admitia que o prefeito criticasse e responsabilizasse os servidores concursados pelo descaso no município. O clima esquentou, o prefeito se alterou e de forma grosseira encerrou a reunião sem dar um encaminhamento ao pleito.

Um dos pontos negativos foi o excesso de guardas municipais na frente da prefeitura, vários policiais dentro do gabinete do prefeito durante a reunião, agressões físicas e verbais de auxiliares do prefeito aos jovens e estudantes que participaram do ato. 

"O Grito de Liberdade Bayeux mostrou duas coisas: a primeira foi a força do povo. Num grande gesto de cidadania e democracia lutando pelos seus direitos por uma saúde de qualidade. Foi muito bonito. Fizemos nossa parte. Lançamos a proposta da manifestação, mobilizamos, articulamos e conseguimos vários apoios espontâneos. Estivemos na rua, gritando, lutando e dialogando. Foram 3h de manifesto em um dos maiores já realizados na cidade. No sol e na chuva. Não nos calamos, não nos escondemos, não ficamos só no Facebook. A luta continua. A outra avaliação é o despreparo do prefeito para conversar com o povo. Ele não teve respeito e habilidade suficientes que são inerentes a um gestor público para mediar conflitos e dar uma resposta rápida e uma solução efetiva à reivindicação, mas sinalizou que está trabalhando para reabrir o Pronto Atendimento à noite. A pressão popular está fazendo o governo trabalhar. Temos fé que vamos conseguir reabrir o hospital à noite para urgência. Parabéns a todos os envolvidos", ressaltou Leo Micena.
 

Bayeux em Foco