domingo, 8 de dezembro de 2013

Funeral de Mandela terá cortejo de três dias em Pretória

BBC Brasil
Funeral de Mandela terá cortejo de três dias em PretóriaImagem da Internet
Um cortejo fúnebre levando o corpo de Nelson Mandela irá percorrer as ruas de Pretória durante três dias antes de seu sepultamento no próximo domingo, diz o governo sul-africano.
O objetivo é permitir que o máximo possível de sul-africanos possam dar seu último adeus àquele que é considerado o pai da nação.
Autoridades disseram que o cortejo vai deixar um necrotério na quarta, na quinta, e na sexta-feira pela manhã em direção ao Union Buildings, a residência oficial e sede do gabinete do presidente da África do Sul, onde seu corpo será velado.
Enquanto isso, vigílias para o ex-líder continuam em todo o país.
Centenas de pessoas continuam se dirigindo à casa de Mandela - onde ele morreu - no subúrbio de Houghton em Joanesburgo, onde pilhas formadas por milhares de flores, velas, cartas e fotos do líder tomam grande parte da rua.
Mandela morreu na quinta-feira à noite aos 95 anos.

Detalhes

No sábado, o governo divulgou mais detalhes sobre como será o funeral com honras de Estado, previsto para durar 10 dias ao todo.
Na terça-feira, uma cerimônia será realizada no Estádio FNB, nos arredores de Joanesburgo.
Quando os três dias de velório terminarem, o corpo de Mandela deixará Pretória e será levado de avião para Qunu, no Cabo Oriental, local onde cresceu, para ser enterrado.
Bandeiras de todos os edifícios oficiais serão colocadas a meio mastro durante todo o período e livros de condolências estão circulando por todo o país e on-line para as pessoas postarem homenagens, lembranças e expressar suas emoções.
O domingo foi designado como um dia oficial de oração e reflexão, e o presidente Jacob Zuma estimulou os sul-africanos a irem a estádios, igrejas, templos ou sinagogas.
"Devemos, enquanto de luto, também cantar no topo da nossa voz, dançar e fazer o que queremos fazer para celebrar a vida deste revolucionário notável que manteve o espírito de liberdade vivo e nos levou a uma nova sociedade. Vamos cantar para Madiba", disse ele, usando o nome do clã de Mandela.
Um comunicado do governo relembrou pensamentos do ex-presidente quando questionado sobre como ele gostaria de ser lembrado.
"Seria muito egoísta da minha parte dizer como eu gostaria de ser lembrado", disse Mandela.
"Eu deixaria isso inteiramente para os sul-africanos. Eu gostaria apenas de uma simples pedra com o dizer: 'Mandela'."

Velho amigo

Ahmed Kathrada, amigo de Mandela há 67 anos, e seu companheiro de prisão em Robben Island, falou à BBC sobre sua "emoção esmagadora" ao ver seu velho amigo no hospital no início deste ano.
"Eu o conheci durante 67 anos como um homem forte. Fiquei chocado ao ver este homem forte, uma sombra de si mesmo. Isso foi demais... tanto que eu disse à sua esposa Machel que eu não quero vê-lo novamente. Agradeci muita à ela, mas eu disse, por favor, eu não posso suportar isso."
Kathrada disse que Graça Machel lhe enviou uma mensagem na quinta-feira mais cedo dizendo que o ex-líder morreria naquela noite.
"Os médicos disseram à família que Mandela estava em seus últimos momentos de vida", disse ele.
Homenagens a Mandela vieram de líderes, celebridades e pessoas do mundo todo.
O presidente americano Barack Obama disse que Mandela "conseguiu mais do que se poderia esperar de qualquer homem".
O Papa Francisco disse que Mandela tinha forjado "uma nova África do Sul construída sobre os alicerces firmes de não-violência, da reconciliação e da verdade".
O ex-líder sul-africano passou 27 anos na prisão antes de se tornar o primeiro presidente negro do país em 1994.
Ele serviu um único mandato e deixou a Presidência em 1999.
Mandela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993, juntamente com FW de Klerk, último presidente branco da África do Sul.
Ele sofreu crises repetidas de problemas de saúde e desde setembro vinha recebendo tratamento em casa por uma doença pulmonar recorrente.

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