quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Vale quanto pesa

'De fato pouca gente consegue mensurar suas proporções. E seu valor'
Cidades | Em 06/11/13 às 19h07, atualizado em 06/11/13 às 19h09 | Por Roberto Cavalcanti
Você deve lembrar da marca de sabonete, extremamente popular na década de cinquenta. E que fazia sucesso com razão: grandão e com cheiro forte, conseguia se destacar como “bom e barato”.
Tanto tempo depois, o vale quanto pesa continua no imaginário popular com múltiplas significâncias. E, não raro, muita confusão de interpretação.
De fato pouca gente consegue mensurar suas proporções. E seu valor.
É importante deixar claro que não tratamos aqui de dimensão corpórea; não estamos falando sobre arroba de gado.
O vale quanto pesa é mais uma referência que evoca a importância subjetiva. E que apesar da subjetivação, acaba por ser pragmaticamente confirmada nas “balanças” da vida.
Geralmente em cálculos de subtração.
Pois como estamos tratando de gente e não de sabão, a maioria “majora” peso e valor. São os pretensiosos – grupo numeroso e muito comum na seara política.
Políticos, de fato, não sabem fazer estes cálculos. Nanicos se enxergam gigantes. E alimentam pretensões maiores ainda.
E é por isso que a Paraíba, em especial, sempre é apresentada a candidaturas esdrúxulas.
De fato me divirto muito ao assistir gente se colocando na disputa para Governo do Estado, Senado Federal e Câmara Federal quando mal podem conquistar uma vereança.
Me perdoe a falta de cerimônia, mas quando faço análise é impossível conter o riso.
Outro fenômeno “risível” em terras paraibanas é o suposto poder de transferir e ou herdar peso e valor – um movimento familiar para se perpetuar no poder e que quase sempre naufraga nas urnas da realidade. Pois valoração é pessoal e intransferível. E, infelizmente, nem sempre pais conseguem repassar aos filhos.
Mas tentam. E insistentemente, muitas vezes ocupando diversas siglas para ver se, em algum reduto “ideológico”, o sobrenome se viabiliza politicamente.
O que a maioria consegue, porém, é constrangimento.
Claro que sou adepto do atrevimento, da ousadia, do destemor.
Mas também sou dos que acreditam na importância do “semancol” – expressão tão inteligente e tão antiga quanto o vale quanto pesa em forma de sabão.
Ignorá-lo é um equívoco que custa amargas derrotas. E muito escárnio social.

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