quinta-feira, 7 de novembro de 2013

TRE julga processos contra RC por uso da Tabajara para propaganda eleitoral

Da Redação com Assessoria
TRE julga processos contra RC por uso da Tabajara para propaganda eleitoral Foto: Walla Santos
O Tribunal Regional Eleitoral  julga nesta quinta-feira (06) dois dos três processos aos quais responde o Governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), por uso das Rádios Tabajara AM e FM e de uma cadeia com mais de 20 emissoras de rádio em todo o estado, pagas com dinheiro público para fazer propaganda eleitoral irregular.
Os processos tramitam na corte paraibana com parecer pela aceitação da denúncia e pedido de punição para o governador. O PMDB, autor das ações, acusa o governador de utilizar o programa Fala Paraíba e as emissoras para fazer propaganda política de sua reeleição, em 2014, citando entrevistas e comentários dos apresentadores do programa enaltecendo politicamente o governador e citando supostos apoios à sua reeleição.
Como a Rádio Tabajara é um órgão estatal, custeado com dinheiro público; e como as emissoras que fazem parte da rede - mais de 20 - são pagas com dinheiro público, o partido ingressou com as representações para conter o que considera crime por parte do gestor estadual. "Tal prática seria ilegal ainda que o veículo de comunicação fosse privado. Sendo público, patrocinado pelo contribuinte, a lesão adquire contornos bem mais solertes", diz o advogado do PMDB, Luciano Pires.
Duro parecer com pedido de punição - O Procurador Geral Eleitoral Duciran Van Marsen Farena pediu punição ao Governador Ricardo Coutinho nos dois pareceres que emitiu sobre as ações. Segundo ele a imprensa "não pode estar a serviço de grupos políticos, deixando que seu mister de informar submeta-se ao império da doutrinação político-partidária ou favorecimento eleitoral".
Ao analisar as gravações do programa Fala Paraíba anexadas ao processo, o Procurador verificou "alusão ao aumento da força político-eleitoral que o provável candidato à reeleição vem adquirindo com a adesão de grupos políticos que se comprometeriam a apoiá-lo nas eleições de 2014", de acordo com notícias e comentários do programa.
Nos pareceres, Duciran Farena registra algo mais grave: a informação de que as supostas adesões à reeleição de Ricardo Coutinho estariam ocorrendo em troca de obras para as cidades governadas pelos prefeitos que anunciam o apoio político. "...inclusive se afirmando que tal apoio se adviria das obras, diga-se de passagem, públicas, atribuídas ao provável candidato à reeleição".
Para o Procurador, os comentários dos radialistas, todos agentes públicos, pagos com dinheiro público, evidenciam que Ricardo Coutinho "seria o mais apto para o exercício do cargo de governador e que está criando musculatura eleitoral para concorrer à reeleição, angariando apoio de enumeradas lideranças, caracterizando a propaganda eleitoral antecipada".
Uso da máquina e conduta vedada - Nos Pareceres, Duciran Farena deixa claro que houve "uso da máquina estatal para favorecer a futura candidatura do atual governador, constituindo-se em uso indevido de meios de comunicação e conduta vedada aos agentes públicos em campanha".
O Ministério Público Eleitoral se manifesta pela aplicação da penalidade, prevista no parágrafo 3º do artigo 36 da Lei das Eleições, a todos os representados e determina que o governador e os radialistas parem imediatamente com a veiculação da propaganda eleitoral antecipada, ao pedir que o TRE determine que eles "se abstenham de conduta similar".
O advogado do PMDB, Luciano Pires acredita em punição ao governador, considerando o parecer da PGE. "A posição adotada pelo Procurador Duciran Farena é de extrema relevância. Creio que o TRE haverá de aplicar punição ao governador e demais responsáveis, a fim de resguardar a igualdade entre os candidatos nas eleições e estancar as transgressões eleitorais que vem sendo cometidas por meio da tabajara com o dinheiro do povo."

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