sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Exposição mostra riqueza do artesanato africano em peças de época

Assessoria
Exposição mostra riqueza do artesanato africano em peças de época Imagem (Assessoria)
Toda a riqueza artesanal de 50 etnias africanas chega à Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes pela exposição "O corpo na arte africana", que será aberta neste sábado (9), às 19h30, no primeiro pavimento da Torre Mirante. Uma coleção de 140 peças, compreendendo objetos, máscaras, esculturas e tecelagem, pertencentes ao acervo do Museu da Vida da Fiocruz, perfaz uma viagem pela história ancestral desses povos em temas que vão da fertilidade à importância do status social.
         As obras, algumas datadas do século XIX, são de coleções pessoais dos pesquisadores Wilson Savino, Wim Degrave, Rodrigo Corrêa de Oliveira e Paulo Sabroza, adquiridas em missões de pesquisa sobre educação e saúde naquele continente. Estão divididas em cinco módulos: "Corpo individual & Corpos múltiplos", "Sexualidade & Maternidade", "A modificação e a decoração do corpo", "O corpo na decoração dos objetos" e "Máscaras como manifestação cultural".
         Gisele Catel, historiadora, antropóloga e curadora da exposição, enaltece a importância e diversidade da arte africana. "Cada etnia é um universo. Como estamos fazendo uma exposição unindo todas, optamos pelo diálogo direto da obra de arte com o público. O acervo desta exposição é resultado de milhares de anos de arte. A civilização africana é muito antiga e sua arte é milenar", resume.      
         O módulo "Corpo individual & Corpos múltiplos" mostra que muitas vezes uma estátua não representa um homem ou uma mulher, mas um ser humano completo, com uma parte física e uma parte espiritual. As peças de corpos múltiplos simbolizam a complementaridade dos dois gêneros na reprodução dos humanos e também a cooperação nas atividades humanas, como a agricultura, coleta, pesca ou caça.

         Em "Sexualidade & Maternidade", as peças indicam que a sexualidade entre os povos é bastante associada à fertilidade, o que explica a presença, em diversas etnias, de esculturas simbolizando o "casal
primordial", que teria dado origem a cada linhagem. Já representações
associadas à maternidade, também abundantes, demonstram a
importância da fecundidade para a mulher.

         O continente africano talvez seja o lugar onde o homem mais utilize o corpo como objeto a ser esculpido, submetendo-o a diversas intervenções, perenes ou temporárias. É este o tema do módulo "A modificação e a decoração do corpo". Algumas dessas intervenções corporais funcionam como marcas de pertencimento a uma tribo, a uma classe ou estão ligadas ao status do indivíduo no grupo.

         No módulo "O corpo na decoração dos objetos", é mostrado que representações humanas em desenhos, entalhes e esculturas ornamentam vários objetos e utensílios africanos, como instrumentos musicais, cetros,
mobiliário, portas, cachimbos, colheres e recipientes. Além da decoração,
estes objetos especiais dão prestígio ao dono e muitas vezes refletem a
posição hierárquica que ele ocupa.

         O módulo "Máscaras como manifestação cultural" aborda o significado de algumas máscaras, que ao cobrirem o corpo humano ou uma de suas partes, transformariam aqueles que as vestem na encarnação de divindades ou ancestrais.
Serviço:

Exposição "O corpo na arte africana"
Abertura: sábado (9)
Em cartaz: até 19 de janeiro
Horário: 19h30
Local: primeiro pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco
Informações: 3214-8270/8303
Contatos: Eloísa Maia, museóloga da Fiocruz (21-9139-5839)
Lúcia França, curadora e vice-diretora da Estação Cabo Branco (8817-6651, 9951-8655)
Entrada gratuita.

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