quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Censo do IBGE mostra que PB tem 178 favelas; JP e CG concentram os maiores números

Mais da metade das moradias irregulares brasileiras (52,5%), como favelas e invasões, estão em áreas predominantemente planas
Cidades | Em 06/11/13 às 12h19, atualizado em 06/11/13 às 12h43 | Por Redação com Agência Brasil
José Lins
Bombeiros no bairro São José
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta quarta-feira (6) os resultados do Censo 2010 que reúne dados referentes às aglomerações subnormais de populações que vivem em comunidades pobres, favelas, grotas, invasões e baixadas.
Conforme o levantamento, 130 mil pessoas moram em 178 favelas na Paraíba. João Pessoa e Campina Grande são as cidades com maior número de aglomerações desse tipo. Na Capital, que tem pouco mais de 720 mil habitantes, 91 mil pessoas se distribuem entre 25 mil domicílios em situações precárias. Existem 26 comunidades que vivem às margens de córregos e rios e 12 favelas concentradas em manguezais, ferrovias e rodovia.
Em Campina Grande, cidade com pouco mais de 400 mil habitantes, são 41 favelas que abrigam aproximadamente 30 mil pessoas. Essas comunidades estão distribuídas em aterros sanitários, ferrovias, rodovias entre outras aeras carentes do município.
Mais da metade das moradias irregulares brasileiras (52,5%), como favelas e invasões, estão em áreas predominantemente planas e 51,8% têm ruas como principais vias de circulação interna. A maior parte dos domicílios nessa situação está na Região Norte, sobretudo, nas áreas metropolitanas de Macapá (83,5%) e de Belém (99,6%).
O estudo classifica de aglomerados subnormais o conjunto de, no mínimo, 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, em terreno de propriedade pública ou particular, em geral, de forma desordenada e/ou densa. De acordo com o Censo, 3,2 milhões de domicílios particulares permanentes ocupavam 6.329 aglomerados subnormais em uma área de 169,2 mil hectares.
Para a pesquisadora do IBGE Maria Amélia Vilanova Neta, o estudo desmistifica a ideia de que a maioria das comunidades carentes do Rio de Janeiro está localizada em morros e encostas. “O que é disseminado no país é que favela está associada a áreas de encosta e, no Rio de Janeiro, observamos que esse padrão não é unânime. É interessante que a pesquisa mostra que o padrão nacional não é o que estamos acostumados a ver”, explica. A pesquisa identificou quase 210 mil moradias irregulares em terreno plano, 96,5 mil em colinas e cerca de 72,2 mil em encostas.
Enquanto na área central e na porção sul da cidade os aglomerados irregulares ocupavam predominantemente áreas de encostas, nas áreas mais afastadas do centro, a maioria dessas casas (80%) estavam em áreas planas, sobretudo, na zona oeste da cidade.
Para o coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, o ineditismo da pesquisa é trazer detalhes da geografia dessas áreas para compreender como elas se diferenciam e assim orientar políticas públicas. “Diferenciar essas áreas é tão importante quanto conhecer as diferenças socioeconômicas. Uma área com acessibilidade por rua não precisa de interferência tão forte do Poder Público nesse sentido, já com becos e encosta, há a necessidade de intervenção seja por meio da construção de vias, teleféricos, por exemplo.”
Dos 47,5% de domicílios em aglomerados irregulares (invasões e favelas) em áreas de subida moderada ou acentuada, a maior concentração foi registrada no Centro-Oeste (47%), enquanto as regiões Nordeste e Sudeste se destacaram com as maiores proporções de domicílios em áreas predominantemente de subida acentuada (25% cada).
Os dados mostram que as regiões Centro-Oeste, Norte, e Sul apresentam processo de ocupação similares, em áreas mais planas, com predomínio de acessibilidade por ruas e verticalização mais baixa, construções de um pavimento, quadras com lotes regulares e vias de circulação que permitiam a passagem de caminhões e carros. 

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